quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Viva o Rádio! 📻


#cronica 
*Por Luciano Amorim. 

Alô, alô ouvintes! Esta é uma crônica da primeira pessoa para um meio de comunicação que nesta quarta-feira (7), dia do bicentenário da Independência, completa 100 anos no Brasil. Uma história contada a partir de fontes confiáveis na Internet, de historiadores de comunicação e, até, em aulas nas faculdades de comunicação (como eu cursei em uma disciplina há dois anos atrás com a professora Kalyne Almeida). Um veículo que atravessa gerações e que faz parte da vida do ouvinte, dia e noite. Que, parafraseando a canção de Carmem Miranda, embala os sonhos de grande parte das pessoas e lhe desperta na manhã seguinte. Estou descrevendo o Rádio.

Tudo começou em 1922 no Rio de Janeiro. Durante a exposição internacional que marcava o centenário da Independência (1822), o discurso do presidente Epitácio Pessoa marcou a primeira transmissão oficial do rádio no Brasil, sem fios e à distância. Experiência que veio três anos antes, em 1919, com o Rádio Clube de Pernambuco, no Recife, que naquela época era transmitido por telégrafos. 

No ano seguinte, 1923, iniciaram as transmissões regulares da 'Primeira do Brasil', a PRA-2 Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada pelo Edgard Roquette-Pinto (1884-1954), o pai da radiodifusão no país. junto com vários intelectuais da Academia Brasileira de Ciências e voltado para a programação cultural e de cunho educativo. Durante a década de 1920, surgiram outras 'PRs' (prefixos radiofônicos) nas grandes cidades do país. Na década de 1930, foi regulamentada e, com o surgimento de rádios comerciais, abriu espaço para publicidade graças ao processo de profissionalização. 

As décadas de 1930 e 1940 marcaram o auge do rádio com a 'Era de Ouro', a partir do surgimento das rádio novelas e da popularização dos programas de auditório - que contou com a presença do público. De Ary Barroso a Paulo Gracindo. Da Dalva de Oliveira e Herivelto Martins ao Noel Rosa e Emilinha Borba, grandes nomes e artistas revelados ganharam destaque na época. 

Com o advento da televisão em 1950, o rádio começou a perder prestígio passando a transmitir programação musical e serviços de utilidade pública. Por outro lado, se reinventando com a chegada da Frequência Modulada no Brasil com as pioneiras Imprensa do Rio de Janeiro e Tropical de Manaus - este último a pioneira em FM estéreo. Nas décadas de 1970 e 1990, surgiram outras estações FM no país, o que revolucionou a radiodifusão sonora brasileira.

Na última década do Século XX, a partir da CBN (primeira rádio all-news do Brasil) que começou a transmitir o sinal AM para a frequência do FM em São Paulo, iniciou o processo de migração que durou gradualmente na década de 2000 e ganhou agilidade na década seguinte. E assim, as músicas dos segmentos adulto contemporâneo, jovem e popular da Frequência Modulada abriu espaço para o segmento generalista em forma de 'música, esporte e notícia' a partir de Ondas Médias. Ainda existem Ondas Curtas e Tropicais, mas são raríssimas nos dias de hoje.

Um século se passou e o rádio no Brasil chega ao ano do bicentenário da Independência cada vez mais FORTE, POTENTE, ÁGIL, VELOZ e VIBRANTE. E vai muito além de um aparelho de som ou um portátil. Está presente no dispositivo móvel, na Internet, em plataformas de áudio ou em podcast e até em aparelhos de assistente virtual. E virou imagem, com transmissões, em forma de bastidores, pelas redes sociais, pelo site ou pela estação de TV. São mais de 9,1 mil estações pelo Brasil segundo ABERT com dados do Ministério das Comunicações em Abril de 2013.

José Paulo de Andrade (1942-2020) disse certa vez que "o rádio é a televisão da imaginação" e que "jamais morrerá". Em meio às transformações digitais nos dias de hoje, o rádio é o companheiro de todas as horas e de todas as ocasiões - mesmo em momento de queda de energia. Ela está 'o tempo todo' com o ouvinte. Aliás, o ouvinte 'é a estrela maior'. Há 100 anos, a 'máquina do som' se reinventa a cada dia e acompanha o que o público gosta e interage como pedir uma música em uma estação musical. Um veículo que 'briga', que informa, que diverte, que opina, que presta serviço e que 'vibra' com o ouvinte. Transmite emoções e sentimentos. Que 'toca notícia', esporte, música, prestação de serviço, entretenimento... O rádio é tudo 'e muito mais'.

De 2300 a 5060 kHZ em OT ou até 26100 kHz em OC. De 530 a 1600 kHz do AM. De 87 a 108 do FM - e agora de 75 até 87 com a faixa extendida que antes era ocupada pelo sinal de TV analógico. Nas ondas sonoras, transmite de todas as vozes, de todos os cantos, de todos os ritmos, de todos os sotaques, de todas as classes e de todos os públicos. Toca 'a trilha sonora da cidade', da região, do Estado e do país. Que 'fala para o mundo' e que 'conecta ao mundo'. Até porque, 'não há distância que nos separe'. Um veículo que 'todo mundo ama' como diz a canção 'Radio Gaga' (1985) da banda britânica Queen e composta por Roger Taylor. E segue FIRME e FORTE, hoje e sempre!

Viva o meio de comunicação mais importante de todos os tempos! VIVA O RÁDIO! 

*Este post é uma homenagem deste que vos escreve às rádios do passado e do presente: Nacional, Tupi, Globo, Jornal (do Commercio), Sociedade, Clube, Difusora, Bandeirantes, Excelsior, Gaúcha, Itatiaia, Tabajara, Arapuan, Piatã, Itapoan, Uirapuru, Guarani, Gazeta, Diário, Correio, Transamérica, Pampa, Planalto, Cerrado, Tropical, Equatorial, CBN, BandNews, Nativa, MIX, Jovem Pan, Antena 1, NovaBrasil, Cabo Branco, Itapema, Atlântida, Verdes Mares, Eldorado, Farroupilha, Iguaçu, Cidade, Capital, Metropolitana, Regional, Relógio, Banda B, Ipanema, Energia, SomZoom Sat, Meio Norte, Mirante, Cultura, Educadora, Executiva, Centro América, Alpha, Morena, Liberal, Litoral, Kiss, Top, Pop, Beat, MPB, Jornal do Brasil, O Dia, além das demais estações públicas, educativas, comunitárias, generalistas, musicais, religiosas e comerciais. E dedico este post à cada comunicador - inclusive àqueles que fizeram (e grande parte ainda fazem) parte da minha vida até aqui. Além de sonoplastas, técnicos de áudio, produtores, redatores, jornalistas e àqueles que fazem o veículo acontecer.

 *NOTE:  Este texto refere a partir de slogans das rádios MEC, Globo, Jornal, Arapuan, Excelsior (São Paulo, SP), Bandeirantes, CBN, Cabo Branco, Capital (São Paulo, SP), Correio 98 e Jangadeiro.

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