sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Tragédia na Boate Kiss, 10 anos depois... #NeverForget


#editorial

Na madrugada de 27 de janeiro de 2013, um trágico incêndio atingiu a Boate Kiss no Centro da cidade de Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul. O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de de artefatos pirotécnicos no palco durante um show na festa universitária. As chamas do teto se alastraram rapidamente devido ao material inflamável usado como isolamento acústico, o que produziu fumaça preta e tóxica. O local estava lotado e, no momento do incêndio, não havia saída de emergência. Ao todo, 242 pessoas, a maioria jovens que tinham futuro pela frente, morreram no local. Outras 636 ficaram feridos. A pior tragédia dos gaúchos comoveu o Estado e o Brasil. E virou repercussão nacional e internacional no último domingo do primeiro mês daquele ano. 

Naquela época - e ao longo de uma década, todo mundo perguntava: Quem foi o maior culpado desta tragédia? Aliás, foi o mesmo questionamento que escrevi um texto sobre os 5 anos em 2018. O processo demorou quase 9 anos pra ser julgado, até que no final de 2021, ocorreu, no Tribunal de Juri do Foro Central em Porto Alegre, o julgamento de quatro réus que durou 10 dias. Os dois sócios da boate e os dois integrantes da banda foram condenados a penas que variavam de 18 a 22 anos de prisão. Entretanto, os advogados de defesa dos quatro alegaram nulidades no processo e, em agosto do ano passado, os desembargadores da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul determinou, por dois votos a um, a anulação. Uma nova data ainda deve ser marcada. Familiares das vítimas reagem e lamentaram a decisão como 'inaceitável'. Até hoje, ninguém está preso. 

O trágico incêndio mudou as normas de prevenção à incêndios. Em dezembro de 2013, foi aprovada na Assembleia Legislativa gaúcha a lei original que eleva rigor na prevenção contra incêndios Em 2016, já havia aprovado flexibilizações na lei, ampliando a validade de alvarás emitidos pelos bombeiros. O prazo para as adequações, que valeria até o final de 2019, foi prorrogado pelo governo até 27 de dezembro deste ano. No final do ano passado, uma outra alteração que acaba com o alvará para mais de 700 tipos de imóveis. Em março de 2017, foi sancionada uma lei nacional que define normas de prevenção e combate a incêndio em estabelecimentos, edificações e áreas de reunião de público. Entretanto, o presidente, na época, Michel Temer vetou 12 pontos, os quais foram criticados pelos familiares das vítimas. Ambas, com passar do tempo, houve avanços - mas foram poucos.

Dez anos se passaram e, ao longo desta semana, uma série de homenagens marcam esta data trágica na cidade, promovida pela Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria, em conjunto com o Coletivo Kiss: Que Não Se Repita e o Eixo Kiss do Coletivo de Psicanálise. Com o tema "Boate Kiss, 10 anos: resgatar a memória é construir o futuro", as atividades, que ocorrem na Praça Saldanha Marinho e o prédio em que funcionava a boate, começaram nesta quarta-feira (25) se estendem até este sábado (28). A programação completa você confere no link do site da UFSM clicando aqui. Já o Memorial que será construido no local onde ocorreu o incêndio ainda não tem data prevista para iniciar. 

Produções audiovisuais também marcam a data. No Streaming VOD, o Globoplay estreou nesta quinta-feira (26) uma série documental em cinco episódios que refaz, passo a passo, a sucessão de acontecimentos que levaram à morte de jovens, a dor das famílias e dos sobreviventes e o processo judicial, trazendo imagens inéditas. Conduzida e dirigida pelo repórter Marcelo Canellas, da TV Globo, a produção, que durou cerca de um ano e meio, tem como parceira a TV OVO - coletivo audiovisual de Santa Maria. Na Netflix, estreou nesta quarta-feira (25) a série 'Todo Dia a Mesma Noite', inspirada no livro homônimo da jornalista Daniela Arbex. Dividida em cinco episódios, a produção ficcional narra, de maneira detalhada, tudo o que ocorreu durante e após o incêndio. A direção é de Julia Rezende. 

O trágico incêndio numa boate em Santa Maria é um dos momentos tristes que não vamos nos esquecer. Aos culpados, que sejam punidos e que pagam o que fez. Aos familiares de vítimas e aos que sobreviveram, toda FORÇA e ESPERANÇA de DIAS MELHORES. E que cenas que aconteceram há uma década atrás não se repitam futuramente, como diz o slogam da campanha para o Memorial - criada em 2018.

> Nos próximos posts, você confere um 'repost' que fiz no meu antigo blog 'Por Dentro das Notícias', sobre o trágico incêndio em Santa Maria, publicado em 30 de janeiro de 2013 (clicando aqui). E um texto do escritor e poeta gaúcho Fabrício Carpinejar que foi estampada na capa do jornal O Globo (Rio de Janeiro, RJ), publicada no dia seguinte à tragédia (clicando aqui).

*Com informações do G1 RS, Site da SEDUFSM - Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Santa Maria, Site Metrópoles e TechTudo.

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#REPOST :: Relembre o post do Incêndio da Kiss em 2013



*Descrição da foto: fachada da Boate Kiss no centro de Santa Maria (RS) na madrugada de 27 de Janeiro de 2013.

Uma tragédia que parou o Brasil e o Mundo em pleno domingo...

 *NOTA:  *Texto do post publicado no meu antigo blog 'Por Dentro das Notícias' em 30 de Janeiro de 2013. Neste texto, houve uma alteração. 

O dia 27 de janeiro de 2013 foi muito, mais muito triste. Era 2h30 da madrugada de domingo quando um incêndio atingiu o boate Kiss, no Centro da cidade de Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul. Quando a banda Gurizada Fandangueira, que era uma das atrações da noite, teria usado efeitos pirotécnicos durante a apresentação. Faíscas teriam atingido a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, e iniciado o fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em poucos minutos. O incêndio provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência. A danceteria estava lotada e havia apenas uma porta de entrada e saída. Mais de 200 pessoas, a maioria jovens que tinham futuro pela frente, morreram no local. 

Uma das primeiras testemunhas foi o estudante de medicina Murilo de Toledo Tiecher, de 26 anos. Ele contou ao portal G1 RS que, inicialmente, seguranças tentaram impedir a saída dos clientes, mas logo perceberam a fumaça e liberaram a saída. Ele diz também que a saída foi dificultada por uma grade colocada perto da porta para organizar a fila de entrada. Segundo o estudante, logo que conseguiu passar da grade, ele se deparou com seguranças na porta da boate que estavam de braços abertos tentando impedir a saída das pessoas. Tiecher relatou no Facebook sua indignação em relação ao fato de os seguranças barrarem em um primeiro momento a saída das pessoas. Ele conta que fez isso logo depois de chegar em casa. Sua declaração causou grande repercussão.

Aliás, as primeiras imagens da tragédia foram postadas na internet e nas redes sociais. Um dos apelos mais dramáticos ecoou às 3h20 da madrugada. Antes de morrer, a protética Michele Cardoso usou o celular para disparar um alarme no Facebook. Escreveu somente quatro palavras, na pressa de quem está a perigo, o suficiente para noticiar o sinistro e implorar por ajuda. Ainda grafou o nome da boate com letras maiúsculas, para que não houvesse dúvidas sobre o local. Ela diz assim: "Incêndio na KISS socorro". Após a frase, Michele não mais se comunicou Mas, naquele início de madrugada, as 21 letras que escreveu acionaram um grupo de amigos que passou a pedir informações e multiplicar o SOS. Tudo na linguagem abreviada, sem vírgulas ou acentos, de quem digita um teclado virtual impelido pelo desespero, acreditando que alguns segundos ganhos podem salvar uma vida.

A festa chamada "Agromerados" reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, dos cursos de Pedagogia, Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia e dois cursos técnicos.

Aí, amanheceu e a cidade ficou chocada e as emissoras de televisão, inclusive o canal de notícias Globo News, mostraram as primeiras imagens e os primeiros relatos da tragédia. Até que no meio da manhã, o major do Batalhão de Operações Especiais do RS, o BOE, Cleberson Braida Bastianello, durante coletiva à imprensa, no ginásio do Centro Desportivo Municipal da cidade, confirmou a morte de 245 pessoas. Ou seja, uma tragédia que deixou o país inteiro em estado choque em pleno domingo (de sol e calor que pra mim, pegaria uma praia). 

Eu soube da notícia por volta das 10h55 da manhã (9h55, horário daqui) quando eu tomava o café da manhã e eu tava assistindo o Esporte Espetacular quando anunciou a pior tragédia da história dos gaúchos. Horas depois, eu acompanhei a tragédia na internet e nas redes sociais, que pra mim (como um aspirante em comunicação), foi uma das coberturas mais trágicas do que as tragédias do Realengo, em 2011 e no Centro do Rio de Janeiro, em 2012. Aliás, eu acompanhei durante todo o dia nas minhas redes sociais.

Enquanto isso, os números dos mortos foram crescendo e diminuindo ao longo do dia na cidade, testemunhas falando do acidente, feridos do incêndio foram atendidos nos hospitais da cidade que foram lotados, se eu não me engano, alguns foram transferidos para Porto Alegre. Ou seja, um verdadeiro caos.

A tragédia em Santa Maria também chocou o mundo. O jornal norte-americano "The New York Times" trouxe a tragédia em sua página principal e tratou a tragédia na boate como 'cena de horror'. Ainda nos EUA, o jornal “Los Angeles Times” destaca que o incêndio pode ser o mais mortal desde 2000. O jornal espanhol “El País” noticiava a tragédia como manchete de sua edição na internet. “Dezenas de mortos em incêndio de uma discoteca no sul do Brasil”, disse a publicação. A rede de TV americana, Cable News Network, popularmente conhecido como a “CNN” relatou que o número de mortos não para de ser atualizado e destacou o caso em sua página principal. A rede britânica BBC informou que “dezenas” de pessoas morreram no incêndio, e pedia relatos de testemunhas.

O assunto foram um dos mais comentados no Twitter com as hashtags #ForçaSantaMaria #TODOSDesejamForçasASantaMaria e #PrayForSantaMaria. Todo mundo (inclusive eu) tuitou. Entre eles o cantor Zé Ramalho, a top model Gisele Bundchen e até a cantora Lady Gaga escreveu no microblog dela a frase:

Após a tragédia, o prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, decretou luto oficial de 30 dias. O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, decretou luto oficial de 7 dias. Com isso, vários eventos foram cancelados, inclsive a festa que marcava os 500 dias para o início da Copa do Mundo de 2014 e o #PlanetaAtlântida2013, que aconteceria nos dias 1º e 2 de fevereiro, em Saba, em Atlântida, no litoral gaúcho. Segundo o Grupo RBS, uma nova data vai ser divulgado esta semana. Após a notícia, muita gente falou nas redes sociais, alguns parabenizando a empresa pela iniciativa, respeito e atitude num momento tão difícil, outros dizem que "Seria impossível estar feliz no Planeta sentido a tristeza dessa tragédia tão recente... [...]", como diz a Helen Dorneles (‏@HelenDorneles) a Rodaika (@rodaika) e um dos integrantes do programa 'Pretinho Básico', da Rádio Atlântida FM - que não teve programa no dia seguinte -, o Piangers (@piangers) diz que "O adiamento do Planeta Atlântida é uma das atitudes mais HUMANAS que eu já vi uma empresa ter." Eu até concordo com tudo o que eles falaram, porque se o Planeta ocorria este final de semana, não haveria graça. Achei legal essa iniciativa.

*Descrição da foto: Capa e contracapa do jornal Zero Hora foi o que mais me chamou a atenção quando eu vejo as manchetes dos jornais no 'day after' após a tragédia.


O "Day After"
No dia seguinte após a tragédia, a semana começou com mais tristeza. A tragédia foi destaque de capa em quase todos os jornais do Brasil, e também nos EUA e no resto do mundo. Na cidade, os corpos das vítimas foram velados desde a tarde de ontem, num velório coletivo no ginásio de Santa Maria. Alguns foram enterrados na cidade, outros, foram enterrados nas cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Durante o enterro, parentes de vítimas passaram mal e foram socorridos. Enquanto isso, amigos dançam em homenagem a vítima do incêndio. Ao todo, foram realizados 52 enterros no Cemitério Ecumênico, só em Santa Maria.

Na cidade, o dia seguinte foi de LUTO. O comércio da cidade fecharam as portas mais cedo e o comerciante compara a tragédia com os atentados terroristas do 11 de setembro dos EUA, que aconteceu há 11 anos. Uma das ruas mais importantes de comércio de Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul, a Rua do Acampamento tinha 18 lojas fechadas em quatro quarteirões. O motivo estava descrito em faixas, adesivos ou em apenas papéis afixados nas portas: luto. Aliás, o luto era visto não apenas nas palavras espalhadas nas fachadas de casas e lojas, mas nas faixas negras penduradas nos batentes das casas, nas bandeiras a meio mastro e no semblante da população. Uma cidade que morreu junto, como diz uma jovem, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, do dia 28/1.

A noite, após o enterro, uma multidão faz caminhada em lembrança às vítimas de incêndio. Vestidas de branco, cerca de 10 mil pessoas voltaram a se reunir na Praça Saldanha Marinho, em Santa Maria, para fazer uma caminhada que começou por volta de 22h, quando o grupo partiu em silêncio da praça e, durante a marcha, cantaram o hino nacional e do Rio Grande do Sul. Pouco mais de uma quadra e meia depois, parte do grupo se deslocou até as proximidades da boate Kiss, ainda isolada pela Brigada Militar. Ali, se sentaram e fizeram um minuto de silêncio. Muitos choraram. Balões brancos foram jogados pelo ar e veio o clamor: “justiça, justiça, justiça”.

E quem foi o maior culpado da tragédia?! Foi os donos ou sócios da boate ou os integrantes da banda Gurizada Fandangueira?! Aliás, o delegado regional da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Marcelo Arigony, afirmou na terça, 29, que existem indícios de várias irregularidades na boate Kiss. E que a casa noturna não poderia estar funcionando. A polícia já ouviu 44 pessoas, entre elas dois donos da boate e dois músicos da banda. O laudo da perícia ainda não ficou pronto, mas, com base nas informações preliminares, os investigadores acreditam que muitas irregularidades podem ter sido cometidas e podem ter contribuído para provocar a tragédia. Até o momento, quatro pessoas foram detidas. Até a Justiça, a pedido da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul, bloqueou bens de donos da empresa que gera a boate. Então, aos donos da boate e um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, merecem, e muito, #ProChuveiro e um chute #NACANELA.

Outros casos já aconteceu na boate Kiss, antes da tragédia. Em 25 de agosto de 2012, a casa noturna foi condenada a indenizar a psicóloga Patrícia Jovasque Rocha, 21 anos, que teria sido obrigada a permanecer no local até as 6h porque havia perdido a comanda. O caso ocorreu em novembro de 2011. Os advogados da boate já recorreram e aguardam a decisão. E mais, o alvará de funcionamento da boate estava vencido desde agosto do ano passado.


*Descrição da foto: Algumas emissoras locais, nacionais e internacionais mostram a tragédia na boate
nos dias 27 e 28 de janeiro de 2013. 

E o 'Day After' da Tragédia em Santa Maria também gerou repercussão nas redes sociais e na imprensa internacional. O Le Monde, da França, destaca uma foto da presidente Dilma consolando familiares dos mortos. O jornal espanhol El País traz relatos de sobreviventes. O britânico The Independent dedica a capa ao que chamou de "horror no Brasil". Nas emissoras de televisão, o apresentador do programa 'Good Morning America', da rede de TV americana ABC, falou da busca por respostas para a horrível tragédia. E a NBC, no programa 'Today', deu destaque às investigações para se chegar aos responsáveis pelo incêndio.

O secretário-geral das Nações Unidas, a ONU, Ban-ki Moon divulgou nota para lamentar as mortes no incêndio de Santa Maria. Ele disse que a tristeza ainda é maior pela perda de tantos jovens. E o Papa Bento XVI enviou um telegrama de pêsames ao arcebispo de Santa Maria, Hélio Adelar Rubert. E o Papa disse que compartilha a dor das famílias e reza pela recuperação dos feridos.

Alvarás, lotação e falta de saída de emergência são algumas perguntas que ainda precisam ser respondidas. Veja estas e outras no portal G1 RS.


Conheça a cidade 
A cidade de Santa Maria fica na região central do Rio Grande do Sul, mais de 260 mil pessoas moram na cidade que é a 5ª mais populosa do estado. Segundo o portal Wikipedia, é denominado o município de "Coração do Rio Grande", devido a sua localização Geográfica. Pra se ter uma ideia, o centro geográfico do Rio Grande do Sul fica na Unidade Residencial Arenal, no bairro Passo do Verde, a 18,62 km em linha reta do marco zero da cidade, no Centro da cidade. 

O município sedia uma das maiores universidades públicas do Brasil, a Universidade Federal de Santa Maria, a UFSM, que conta atualmente com quase 27 mil alunos em seus cursos de graduação e pós-graduação. A cidade conserva prédios históricos de valor como a Catedral de Nossa Senhora da Conceição, o Theatro Treze de Maio, a Catedral do Mediador da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, o Clube Caixeiral de Santa Maria, o Banco Nacional do Commercio, a Sociedade União dos Caixeiros Viajantes e a Vila Belga. Por abrigar uma grande quantidade de instituições de ensino a cidade é conhecida como Cidade Cultura. 

A cidade é também conhecida como 'Santa Maria da Boca do Monte', pois situa-se em uma região cercada por morros, do final do derramamento basáltico ocorrido no Pleistoceno. Quando há vento Norte, é muito forte, chegando a 100 km/h. A Altitude mínima é de 41 m acima do nível do mar e a Altitude média é de 113 m acima do nível do mar. A temperatura média anual é de 19,5°C e o Clima é subtropical úmido. A Precipitação pluviométrica é em média de 1800 mm. A cidade foi fundado no dia 17 de maio de 1858 e completa 155 anos agora este ano. Uma cidade que virou o palco da maior tragédia da história e a segunda no Brasil.

[...]

> No próximo post, você confere um texto do escritor e poeta gaúcho Fabrício Carpinejar que foi estampada na capa do jornal O Globo (Rio de Janeiro, RJ), sobre o trágico incêndio em Santa Maria, publicada no dia seguinte e compartilhei dentro daquele post que fiz no meu antigo blog 'Por Dentro das Notícias' publicado em 30 de janeiro de 2013. 

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O texto do poeta gaúcho em homenagem às vítimas da tragédia na Boate Kiss


*Descrição da foto: homenagens em frente à Boate Kiss no Centro de Santa Maria (RS), um ano após o trágico incêndio. 

 *NOTA:  *Texto do post, em grande parte, publicado no meu antigo blog 'Por Dentro das Notícias' em 30 de Janeiro de 2013. (CONTINUAÇÃO)

E pra terminar o longo comentário, eu deixo o texto do poeta gaúcho Fabrício Carpinejar, falando sobre a tragédia em um texto que emocionou o Brasil e que foi estampada na capa do jornal O Globo, de segunda-feira, 28. Veja.

A Maior Tragédia de Nossas Vidas, 
por Fabrício Carpinejar

Morri em Santa Maria hoje. Quem não morreu? Morri na Rua dos Andradas, 1925. Numa ladeira encrespada de fumaça. 
A fumaça nunca foi tão negra no Rio Grande do Sul. Nunca uma nuvem foi tão nefasta. 
Nem as tempestades mais mórbidas e elétricas desejam sua companhia. Seguirá sozinha, avulsa, página arrancada de um mapa. 
A fumaça corrompeu o céu para sempre. O azul é cinza, anoitecemos em 27 de janeiro de 2013. 
As chamas se acalmaram às 5h30, mas a morte nunca mais será controlada. 
Morri porque tenho uma filha adolescente que demora a voltar para casa. 
Morri porque já entrei em uma boate pensando como sairia dali em caso de incêndio. 
Morri porque prefiro ficar perto do palco para ouvir melhor a banda. 
Morri porque já confundi a porta de banheiro com a de emergência.
Morri porque jamais o fogo pede desculpas quando passa. 
Morri porque já fui de algum jeito todos que morreram. 
Morri sufocado de excesso de morte; como acordar de novo? 
O prédio não aterrissou da manhã, como um avião desgovernado na pista. 
A saída era uma só e o medo vinha de todos os lados.
Os adolescentes não vão acordar na hora do almoço. Não vão se lembrar de nada. Ou entender como se distanciaram de repente do futuro.
Mais de duzentos e quarenta jovens sem o último beijo da mãe, do pai, dos irmãos.
Os telefones ainda tocam no peito das vítimas estendidas no Ginásio Municipal. 
As famílias ainda procuram suas crianças. As crianças universitárias estão eternamente no silencioso. 
Ninguém tem coragem de atender e avisar o que aconteceu.
As palavras perderam o sentido.

Desejo, em nome deste blog os nossos sentimentos aos familiares e amigos das vítimas e que rezem para que eles darem FORÇA que eles estão passando por um momento difícil. E torce para que os sobreviventes da tragédia se recuperem logo para tocar a vida pra frente. E a cidade de Santa Maria, que, praticamente, estão voltando ao normal.

#TODOSDesejamForçasASantaMaria 

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domingo, 22 de janeiro de 2023

O terceiro ano deste blog (mas sem motivos pra comemorar)

Gente querida, nesta sexta-feira (20) é comemorado o terceiro aniversário deste novo blog. Pra quem não sabe, a primeira postagem foi em 20 de Janeiro de 2020. Naquele post, além de apresentar detalhes sobre este espaço, mencionei também o meu retorno a escrever por aqui depois de três anos afastado - desde a última atualização no meu blog anterior. Aliás, para este que vos escreve, este blog é como se fosse um portfólio - embora que seja um aspirante em comunicação.

Mas este ano, não há motivos (ou razões) para comemorar. Desde o início de mais um problema operacional no final de janeiro do ano passado, o acesso por aqui está sendo comprometido. Durante o ano que passou, não sobrou tempo para mencionar um assunto ou tema interessante que chamou a atenção, seja em um posto ou na coluna 'Almanaque Semanal' (seção que traz um apanhado dos fatos ou acontecimentos que marcaram a semana - a partir de fontes confiáveis - selecionados por este que vos escreve baseado nos moldes de algumas colunas do jornal impresso). Algumas eu consegui fazer pelo dispositivo móvel (sob limitações) ou em um dos computadores da Faculdade onde estudo (em ocasiões vagos). Tentei fazer até uma retrospectiva, mas não consegui a tempo.

Nos últimos 12 meses, foram 18 posts publicados e 3,43 mil visualizações - em pouco mais de 20 países. O número de posts foi um pouco maior do que o de 2021, mas o de visualizações cresceu o dobro. De janeiro de 2020 até aqui foram 58 posts publicados (incluindo este que você está lendo agora) e 5,76 mil visualizações - em pouco mais de 20 países.

O post mais visto no ano que passou foi a divulgação de uma exposição de artes Naïf da artista plástica Amanda Botura em João Pessoa (PB). Foi publicado em 1º de agosto e considerou o mais visto durante 36 meses - com pouco mais de 100 visualizações. Além de outros posts como as datas dos festivais musicais deste verão, uma crônica sobre o ciclo junino atípico sem Copa do Mundo FIFA™ que foi realizado no final do ano, a minha homenagem aos 100 anos da primeira transmissão do rádio no Brasil e a única edição do 'Almanaque Semanal' em 2022.

Assim que puder, retornarei aqui com uma nova edição do 'Almanaque Semanal', assim como a seção 'Radar do Litoral' (com informações sobre tábua de marés e situação das praias daqui da região onde moro) e outros posts que serão publicados em momento oportuno - grande parte em data marcada ou programada. E adianto que vem muita coisa legal por aí, o qual anuncio em breve. Enquanto isso, você confere as edições anteriores desta seção que você encontra na página inicial - e procurar postagens antigas. 

Em meu nome, Luciano Amorim, agradeço a você pela sua companhia ao longo dos últimos 36 meses e que continue prestigiando por aqui durante o ano de 2023. Finalizo agradecendo a DEUS, a minha família e aos meus amigos (reais e virtuais). E aos que prestigiaram o meu blog anterior - que (em junho do ano passado completou 10 anos e), em um futuro próximo, será desativado e alguns dos conteúdos migrarão por aqui. 

E vamos que vamos neste 2023.

 *ESCLARECIMENTO:  Este post seria publicada nesta sexta-feira (20 JAN). Entretanto, por motivos de força maior, só consegui postar nesta data. Desde já, agradeço a sua compreensão.

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